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Tecnologia

A Influência da Tecnologia no Convívio em Família

12 Setembro, 2018 Mariza Figueiredo

A Influência da Tecnologia no Convívio em Família
Não podemos fingir que não existem nem simplesmente bani-los do ambiente familiar. Telemóveis, tablets e portáteis vieram para ficar e mais vale aprendermos a pô-los no seu devido lugar para o bem do convívio familiar. Estas ideias podem ajudar. Veja só.
Há uma finíssima linha que separa o lado bom e o lado mau da tecnologia. Gosto de pensar que se chegámos até aqui (e certamente avançaremos muito mais) não devemos desprezar a influência da tecnologia nas nossas vidas, desde a possibilidade de poupar tempo e de nos aproximar de quem amamos, até ajudar aqueles com sérios limites físico e de saúde, entre outras muitas coisas.

Os avanços da tecnologia permitiram também que telemóveis, tablets e portáteis se tornassem produtos cobiçados e cada vez mais acessíveis, passando rapidamente a serem partes integrantes das famílias de hoje, como a televisão o foi na geração passada. Para que estes equipamentos não dominem o ambiente e possam ser realmente positivos para todos nós, aqui estão alguns princípios básicos para pais e filhos.

7 Regras para o convívio em família com telemóveis, tablets e portáteis

1. Dê o exemplo

Sim, este é um bom ponto de partida. Se não larga o telemóvel quando chega a casa, como espera que o seu filho não ache normal nem levantar os olhos do equipamento quando está em família?

O tempo que temos para estar com os nossos filhos é cada vez menor, portanto, seja o(a) primeiro(a) a pôr o telemóvel, o tablet ou o portátil de parte quando chega a casa. Ou pelo menos utilize-o com moderação máxima.

 

2. Não use a tecnologia como baby-sitter, como recompensa ou como moeda de troca

Muitas vezes passamos o telemóvel para as mãos dos nossos filhos pequenos para podermos descansar um pouco. Resista a esta tentação. Traga o brinquedo favorito da criança, passe-lhe um livro para as mãos ou simplesmente converse um pouquinho com ela. Tenho a certeza de que não faltarão alternativas lá em casa.

Da mesma forma, evite transformar telemóveis ou tablets em prémios em troca de algo que a criança tenha de fazer. Estará atribuindo-lhe uma importância ainda maior do que na realidade deveria ter.

 

3. Valorize o convívio em família

Quando a comunicação presencial está em questão, não há lugar para equipamentos que isolem os mais pequenos e adolescentes. Assim, telemóveis e tablets à mesa, n-u-n-c-a! O mesmo aplica-se às festas ou a quando se tenha um amigo a brincar lá em casa. “Mas eu tenho de responder a uma mensagem de um amigo!”, pode ser um argumento da criança ou jovem (ou mesmo de um adulto, mas neste caso o argumento mais usado é o trabalho).  A prioridade é sempre de quem está connosco, devemos defender.

Há uma exceção: quando o dispositivo é usado para jogar, ver vídeos ou filmes em conjunto ou assume de alguma forma a posição de centro da conversa. Nestas ocasiões, os dispositivos passam a ser agregadores e, portanto, bem-vindos.

 

4. A Internet é na sala!

Desta forma, deixa de ser uma experiência solitária. Com a família ali à mão de semear, é possível esclarecer dúvidas, partilhar descobertas e, por parte dos pais, ensiná-los a ser cautelosos, a filtrar o que veem e a escolher por onde ir. A experiência partilhada é muito positiva. Comentarem o que cada um vê, mostrarem o que gostam, serem capazes de transformar o que se vê em tema de conversa é uma excelente oportunidade proporcionada por estes equipamentos para pais e filhos. Esta partilha e a relação que a partir daí se desenvolve é melhor do que qualquer filtro que se possa pôr para controlar por onde andam quando estão na Internet.

 

5. Ensinar e proporcionar alternativas à tecnologia

A utilização dos dispositivos e da internet faz parte do rol de comportamentos que cabem aos pais ensinar aos filhos, da mesma forma como os ensinam a andar na rua, a estar em sítios públicos, a conviver com outras pessoas.

Cabe também aos pais proporcionar atividades e fomentar o interesse dos filhos pelo desporto, música e atividades lúdicas e culturais em geral. É assim que aprendem a fazer outra coisa para além de estar a jogar, a ver vídeos ou a navegar na Internet.

 

6. Limites consoante a faixa etária

Os limites no uso de telemóveis, tablets e tecnologia em geral, devem existir e ser estabelecidos consoante as idades:

Até aos 3 anos, os dispositivos não fazem nenhuma falta às crianças. Há muito o que descobrir na relação com o mundo que a rodeia, com os adultos e com outras crianças.

Entre os 3 e os 6 anos, os dispositivos podem ser usados esporadicamente, com o acompanhamento de um adulto e no máximo por uma hora. Na realidade, esta é uma excelente fase para desafiar os mais pequenos a participarem nas mais variadas atividades dentro e fora de casa. É altura também em que a criança realmente começa a aprender a comportar-se socialmente. Portanto, moderação é a palavra de ordem.

Entre os 6 e os 9 anos a tecnologia é aceitável eventualmente nas atividades em família e que impliquem ação e movimento (competições desportivas virtuais ou jogos de música e dança, por exemplo). Convém que o uso individual seja limitado e a utilização de vários equipamentos ao mesmo tempo seja evitado.

Entre os 9 e os 12 anos, a sugestão é similar à do grupo anterior, com especial atenção para o início do uso de redes sociais. O limite de 2 horas por dia parece razoável, com risco de penalização (24 horas sem o dispositivo, por exemplo) quando as regras não são respeitadas.

A partir dos 12. À medida que a idade avança o desejo e necessidade de independência também avançam, bem como a dificuldade em controlar o que fazem na Internet. Reforçar a importância da responsabilidade é fundamental. Está a estudar ou a navegar no Instagram? As notas provavelmente o dirão. Está a conversar com os amigos ou a jogar? Esta é também uma questão pertinente. A vida social é importante. Assim como a participação na vida em família e nas tarefas domésticas. Equilíbrio é a palavra-chave nesta fase. As penalizações continuam a aplicar-se quando há falta de responsabilidade.

 

Por Mariza Figueiredo, autora do Blog High-Tech Girl
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