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Moda
Dicas para uma Moda Sustentável
15 Setembro, 2021 Bloggers Convidados
Dicas para moda sustentável na próxima estação
É entre estações que, muitas vezes, somos obrigados a encarar o nosso armário e a tomar decisões. O que deve ficar? O que faz sentido manter? O que é preciso para complementar? Como deve ser feita a organização do que fica?A esta lista podemos agora acrescentar outra preocupação que cada vez mais devemos ter em conta: como fazer opções de moda mais sustentáveis e ter um armário slow fashion?
E se lhe disser que a resposta já está dentro do seu próprio armário? Sim, a forma de respeitar uma moda sustentável e consciente é prolongar ao máximo o uso daquilo que já existe.
Estima-se que a maioria de nós utiliza apenas 20% do que tem no seu armário para compor 80% dos seus looks diários. O ideal seria, claro, conseguir pelo menos o contrário (na impossibilidade de se conseguir usar 100% do que se tem), de forma a obter um armário mais funcional. Além do dinheiro estagnado em cada um dos nossos roupeiros, é importante ter em conta um problema coletivo maior: o facto de a indústria da moda ser uma das mais poluentes. É urgente mudar e desacelerar o consumo e optar por escolhas de moda sustentável e conscientes.
Moda Sustentável: Como fazê-lo?
Primeira fase - dar prioridade ao que já tem no seu armário.- Fazer “compras” no armário: testar novas combinações, fazer a triagem do que faz sentido manter (ou “comprar” no próprio armário), em detrimento do que já não está adequado aos nossos objetivos;
- Definir uma cápsula sazonal: para cada estação é vantajoso definir um “X” número de peças que vão ser usadas naquele período de tempo. Se houver peças que possam transitar entre estações, melhor ainda. Isto facilitará muito o dia a dia e irá contribuir para um armário mais funcional e organizado;
- Fazer uma lista das necessidades: depois da triagem é hora de fazer uma lista do que faz falta para completar a nossa cápsula sazonal. Tal como se faz para as compras de supermercado, também aqui a lista das necessidades irá evitar compras desnecessárias e supérfluas. Muito útil principalmente em época de saldos;
- Doar o que já não vai usar: o que já não faz sentido manter deverá ser doado ou vendido em segunda mão. O desapego por vezes pode ser um processo difícil, mas se determinada peça não é usada deverá seguir o seu caminho e dar espaço para um armário de moda sustentável e uma vida mais funcionais.
Segunda fase – compras mais conscientes e slow fashion.
- Definir um orçamento: além da lista das necessidades, ter um orçamento definido ajuda muito a limitar as nossas compras, pelo que é recomendado fazê-lo antes de efetuar qualquer compra;
- Cumprir com a lista das necessidades: voltamos à lista, que deve ser cumprida e que, caso não se encontrem algum dos itens aí presentes, será preferível aguardar a comprar um substituto sem sentido;
- Optar por compras de roupa sustentáveis: conhecer bem os materiais que beneficiam uma moda mais ecológica. Primeiro, as fibras recicladas são sempre melhores opções (como o econyl, o pet ou mesmo a utilização de tecidos já existentes – o chamado deadstock -), depois existem as fibras naturais (como o algodão biológico e o linho), entre outras;
- Conhecer o modo de produção: uma moda sustentável é também aquela que se preocupa com a sua cadeia de produção. Atualmente mesmo as marcas da fast fashion já mostram sinais de algum cuidado com o modo de produção e é importante que enquanto consumidores continuemos a vigiar estas dinâmicas;
- Cuidado com o greenwashing: o facto de vivermos numa época em que a sustentabilidade “está na moda” tem feito com que algumas marcas anunciem uma oferta “sustentável” que na realidade não o é. Devemos ler bem as etiquetas dos produtos e também investigar um pouco antes de passarmos à compra. Estes passos são importantes para evitar o chamado greenwashing e garantir que compramos de facto produtos de moda sustentável e ecológica.
Existe o mito de que a moda sustentável ou moda ecológica pode ser mais cara, mas como vimos isso não é verdade. A moda mais consciente será sempre aquela que já está na nossa casa e, portanto, dar às peças que temos um uso circular (continuando a usá-las fazendo pequenos ajustes/arranjos ou doando/vendendo quando já não faz sentido mantâ-las) será sempre a melhor opção.
No caso de precisarmos de roupa nova, podemos obviamente aproveitar os saldos para comprar de forma consciente e mais em conta, mas sempre obedecendo à “regra” do uso: devemos efetivamente USAR o que compramos, essa será sempre a melhor forma de ter um armário mais sustentável em todas as estações do ano.
Este artigo foi escrito por Sofia Fonseca, consultora de imagem e moda sustentável.